domingo, 29 de julho de 2007

"Mesmo amor que não compensa é melhor que a solidão."

Incrível a capacidade que sempre tive pra falar de mim e dos meus sentimentos. Do que eu acho sobre a vida, das minhas angústias. Desde 2004 eu escrevo em blogs. E o assunto principal sempre foi a saudade que eu sinto de tudo, as minhas angústias por não saber o que fazer, porque o tempo não volta, as minhas crises existenciais sobre o que eu quero da vida. Escrever passou a ser meu chão, meu jeito de sobreviver a tudo que se tornou difícil e confuso em mim. Mas não tenho escrito nada que preste ultimamente. Tem sido difícil falar sobre qualquer coisa. Vi o quanto mudou o meu jeito de escrever desde 2004. Mudou bastante. Mas o tema 'saudade' sempre foi o central. Quero reaprender a ver a poesia da minha vida, quero reaprender a ver as coisas como eu via quando tinha 16 anos. Cansei dessa coisa séria, fria, sem graça. Eu preciso daquela poesia toda de volta. Cansei de viver da razão que eu não tenho.

O que quero dizer, por fim, é que o blog está encerrado até segunda ordem. Acho que desaprendi a escrever.

E tenho dito.

domingo, 3 de junho de 2007

Os meus dias têm sido mesmo sem muita novidade. Talvez a viagem venha em boa hora. Melhor se fosse com amigos para falar sem pudor, para ser sem pudor, sem grandes questionamentos. Família exige - mesmo que não queiramos dar - alguma satisfação. Mas quem sabe para mudar ares, para dar saudade, para ver se tomo vergonha na cara. Algumas coisas na vida vêm exatamente para isso.

sábado, 19 de maio de 2007

¬¬

Como todo mundo sabe, tenho a mania de gostar de quem não posso, não devo, não gosta de mim ou nem sabe que eu existo. Estou - mais uma vez - com medo de mim. Não é a primeira vez que olho aquela criatura não com olhos de aluna, mas com olhos de quem acha ele super charmoso, com um sorriso lindo e olha a porra da aliança do dedo dele como se fosse uma merda.

domingo, 6 de maio de 2007

Mais uma da série:

"meu umbigo é o centro de massa do universo."

Odeio essa porra de medo que sinto de tudo. Esse bloqueio pra falar do que me incomoda. Odeio esse mal estar que, de um jeito ou de outro, sempre aparece. Odeio não conseguir mudar. Odeio a minha inércia. Odeio a raiva que eu sinto de mim. As cobranças que eu sempre me faço. As metas que eu sempre traço, e não consigo cumprir. Odeio a minha mania de enrolar sempre em tudo o que eu devo fazer. Odeio a minha sensação de fragilidade e a minha incapacidade de pedir ajuda. Odeio precisar emocionalmente das pessoas. Odeio gostar de mais da metade do mundo. Odeio essas crises existenciais que não me trazem resposta nenhuma. Pelo contrário, só me deixam mais insegura, e com mais dúvida do que é que, afinal de contas, eu devo fazer.

sábado, 14 de abril de 2007

"Porque o errado também dá certo!"

O que seria das estórias que temos para contar se não fosse o que nos acontece de 'errado'? Contar que acordamos às seis da manhã, tomamos banho, saímos na hora certa que deveríamos sair e fomos assistir aula ou trabalhar, voltamos para casa e às dez em ponto estávamos na cama para começar o dia seguinte com uma rotina exata, sem erros, tropeços, xingamentos, raivas e paixões, definitivamente não teria graça. O fato é que se não houver quem nos atrase, o despertador que não toca, o chuveiro que não funciona direito e deixa a água fria às vezes, o motorista do carro ao lado que, ao pararmos no sinal, olha e ri das nossas cantorias empolgadas, e mesmo aquele professor chato, daquela matéria que se odeia, mas que precisamos aguentar durante duas horas toda terça e quinta logo depois do almoço, a vida seria monótona demais. Precisamos xingar e elogiar. Meio do caminho é difícil engolir. Não falo em equilíbrio - que é sempre bom e faz bem - mas falo em nem cheirar e nem feder. Falo daquela classificação chata e constante quando respondemos à pergunta do 'como foi o seu dia?' com um 'nada demais'. É o que mata a empolgação de qualquer pessoa. Então chega o errado e muda tudo! Precisamos matar a aula do tal professor chato para sentar e conversar com um amigo que não víamos há algum tempo. Precisamos de um palavrão na única hora em que não poderíamos dizê-lo. E o que seria das nossas estórias lindas e românticas com aquele cara maravilhoso se não fossem todas as merdas que falamos no exato momento em que deveríamos nos aparentar seguras, fortes e mostrar, afinal de contas, que não estávamos nem aí por ele estar do nosso lado e muito menos por dar mole? Todas essas estórias perderiam parte da graça se não fosse o exato momento em que ele nos pegou olhando-o com delicadeza ou tesão - que seja! - mas nos surpreendeu olhando-o com exatamente a cara do que estávamos sentindo no momento e procuramos esconder na maioria das vezes e para grande parte das pessoas. É no 'errado' que passamos a ser nós mesmos sem perceber. O primeiro beijo nada comportado. O momento em que chegamos em casa, tiramos - finalmente! - os sapatos apertados, colocamos uma música animada, pulamos e gritamos como se estivéssemos em um show. E quando decidimos enrolar um pouco mais no banho mesmo atrasados para sair. Quando provocamos alguém em segredo, na frente de todo mundo e - ainda bem - ninguém nota. No dia em que marcamos de chegar às onze em casa e aparecemos às quatro da manhã. No dia em que dissemos estar num lugar estando em outro para as nossas mães. O primeiro porre. O primeiro choro pelo cara que achávamos que nunca esqueceríamos. É nessa hora, finalmente, que percebemos que o errado é necessário e sempre depende do referencial. Já disse de forma brilhante o meu primo de nove anos querendo matar sua aula de piano: "porque o errado também dá certo!". Sem se dar conta da profundidade do que falava, assim, de brincadeira...

segunda-feira, 26 de março de 2007

"Não me interessa ser perfeito, mas ser completo."

Até quando continuarei a ser por essa maldita inércia?

Quando começarei, afinal, a ser eu mesma?


*Hoje foi desses dias em que fica difícil existir.*

domingo, 11 de março de 2007

"O real não está na saída e nem na chegada, está na travessia."

Amanhã começa o segundo semestre de UnB. É. Hoje tenho a sonhada carteirinha verde, e ao olhar para trás parece que foi tão sem esforço. Tão simples, e sem dor. Até esqueço o um ano de cursinho estudando fim de semana, feriado, manhã, tarde e noite. Mas são tempos passados, que me dão saudade - pra variar. Não da falta de tempo, não da falta de poesia e música, não dos dias que não passei rindo numa segunda feira a tarde. Mas de coisas que aprendi, faziam sentido e não vêm mais ao caso. O fato é que depois de três meses de férias - 'minha nada mole vida' - chega o segundo semestre com expectativas, modernismo, medo e saudade. - só pra não perder o costume.

Como esse tempo voa...