sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Carta - que não tem formato de carta - não entregue ao seu destinatário.

Em meio à despreocupação, imaturidade e ao mesmo tempo desespero por querer absurdamente algo que não sabia como buscar e conseguir, eu o conheci. É um homem sério, mas parece saber levar a vida com o devido repeito, principalmente nos quesitos discrição e dedicação. É alguém de difícil descrição. Em um primeiro momento assustei-me com o tamanho e a quantidade das informações que deveriam ser absorvidas em tão pouco tempo. Mas ele incentivava. Falava sobre esforço e sobre como limite pode ser uma palavra elástica e sobre como poderíamos conseguir o que quiséssemos. Fazia graça para que tudo se tornasse menos monótono, e para chamar atenção também. Ele sabe como é encantador. Eu conhecia os seus discursos, sabia mais ou menos onde ele chegaria quando falava sobre determinado assunto, conhecia algumas manias, o jeito de olhar e sorrir, mas nunca deixei de me surpreender com ele. Acho que não chegou a ser paixão ou qualquer coisa utópica porque ele tinha qualquer coisa de maior, de impossível, de intocável. Mas como é bonito! Nos disse tanta coisa bonita. Coisas que deveriam ser gravadas e constantemente repetidas, porque suas palavras nos davam mais esperança e confiança. Hoje, não o vejo mais. E não o vejo há algum tempo. Atingi o sonhado objetivo com a certeza de que se ele não tivesse aparecido na minha vida, eu não teria conseguido. Às vezes tento relembrar cada palavra, mas não consigo. Afinal, ele é único. Só ele tem esse poder com as palavras. Poderia visitá-lo, mas a certeza da saudade que dói e a incerteza de como tudo ocorreria me afasta de lá. Dou um jeito então de me conformar com as lembranças que não vão embora nunca. De tudo o que eu ouvi de bonito, da certeza de que tudo daria certo e todas as coisas boas que a simples presença dele trazia. Outras vezes me pergunto se ele existe mesmo ou é só impressão. E inacreditavelmente: ele existe!

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Dos sentimentos.

Não sei porquê, desliguei-me um pouco dos sentimentos intensos e da dúvida sobre tudo.

Achei que sabia o que queria. Descobri que não sei. Achei que saberia o que fazer na hora certa. Não soube. Achei que não me meteria em confusões nunca mais. Estou em uma. [menor, confesso. mas não vem ao caso.] Achei que nunca mais me deixaria encantar por ninguém. E eis que, de repente, estou encantada. Deixei de me permitir certas passionalidades, gritos, choros, e risos. Veio tudo à tona. Achei que nunca mais estudaria matemática na vida. A apostila está na minha frente. Não quis me deixar levar pela correria, pela falta de tempo, pelas preocupações maiores. Agora, tudo o que eu sinto é medo por ter que deixar os deleites, sonhos, vontades pra depois.
E é necessário.
E entendo.
Ou tento.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Início

Passei, de repente, a me perguntar: afinal, qual a graça de ler o possível desabafo de uma pessoa desconhecida? Pessoa esta que conhecemos no máximo pelo jeito de escrever. Que falta saber como é, exatamente, a reação dela quando fica sem graça. Mas, de repente, também a gente se encanta pelo jeito de escrever, pelo modo de ver a vida e a simplicidade das coisas. Porque esse negócio de complicar muito e ficar bom assim mesmo, é pra poucos.

Decidi voltar a escrever pelo simples motivo de não saber fazer diferente. Eu sei que escrevo muita besteira. Muita mesmo. Ao ponto de ao voltar a ler me sentir uma criança de cinco anos falando.

Mas vai que é porque eu sou uma criança de cinco anos...