"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo".
Tenho muitas caras. Uma para cada ocasião. É a tal 'persona' - máscara - que nos acompanha em cada momento da vida, e em cada papel que representamos. Meu lado burguês egoísta não mente: livros, cds, dvds, todos originais, novos, lindos, fúteis, bobos, pra guardar na estante e não dividir com mais ninguém, só comigo mesma. Meu lado pseudo-poeta-que-quer-viver-na-boemia, quer muita poesia, livro debaixo do braço, lua alta no céu, barzinho e violão. Minha cara hippie tem óculos redondo colorido, cabelo enrolado - que definitivamente, é o que me falta - saia comprida colorida, bolsa pequena, flor no cabelo, paz, amor e um pouquinho de sacanagem. Minha parte alienada vê novela e dá palpite sobre a vida alheia. Vê revista de fofoca, comenta sobre "big brother brasil de olho em você" mesmo achando uma porcaria. Meu lado pseudo-intelectual do tipo "mamãe, eu sou cult" conversa com gente que sabe demais das coisas pra repetir tipo papagaio pra quem não sabe - ou o julgamento diz que não sabe - de nada, ou tem um lado alienado um pouco mais à mostra que o meu. Tem livro de filosofia na estante, mas nunca foi lido além da metade, e a mocinha já se julga no direito de dizer o que pensa sobre a vida, todos os protestos que deveríamos fazer ou sobre a revolta da falta de informações corretas na televisão, e nunca deixa de xingar os jornalistas preocupados com sensacionalismo que esquecem do resto do país imenso que temos e fingimos não saber. O lado insensível diz palavrão, manda tomar no cu meeeesmo e finge que não liga pra nada. Meu lado sensível demais chega em casa e chora. O passional manda e-mails que não deveria, flerta com quem não poderia, provoca quem tá na dele, mexe com quem tá quieto mesmo. O racional sempre chega tarde demais. A rockeira ouve pink floyd, led zeppelin, vê quase famosos e queria ser Penny Lane, lê sobre a época do bom e velho rock and roll que não volta mais. Um lado queria largar tudo, pegar uma mochila e sair por aí, pra onde decidir que seja melhor. O lado covarde e apegado a tudo diz que é loucura. O lado criança deixa o olho brilhar quando vê chocolate, chora por besteira, vê desenho animado, não sabe o que dizer na maioria das situações então prefere ficar calada. O lado que acha que é adulta já fala de putaria e tudo. Mas acho que no fim das contas sou uma só, uma fusão dessas coisas todas e mais algumas, que não descobri ainda.
Tenho muitas caras. Uma para cada ocasião. É a tal 'persona' - máscara - que nos acompanha em cada momento da vida, e em cada papel que representamos. Meu lado burguês egoísta não mente: livros, cds, dvds, todos originais, novos, lindos, fúteis, bobos, pra guardar na estante e não dividir com mais ninguém, só comigo mesma. Meu lado pseudo-poeta-que-quer-viver-na-boemia, quer muita poesia, livro debaixo do braço, lua alta no céu, barzinho e violão. Minha cara hippie tem óculos redondo colorido, cabelo enrolado - que definitivamente, é o que me falta - saia comprida colorida, bolsa pequena, flor no cabelo, paz, amor e um pouquinho de sacanagem. Minha parte alienada vê novela e dá palpite sobre a vida alheia. Vê revista de fofoca, comenta sobre "big brother brasil de olho em você" mesmo achando uma porcaria. Meu lado pseudo-intelectual do tipo "mamãe, eu sou cult" conversa com gente que sabe demais das coisas pra repetir tipo papagaio pra quem não sabe - ou o julgamento diz que não sabe - de nada, ou tem um lado alienado um pouco mais à mostra que o meu. Tem livro de filosofia na estante, mas nunca foi lido além da metade, e a mocinha já se julga no direito de dizer o que pensa sobre a vida, todos os protestos que deveríamos fazer ou sobre a revolta da falta de informações corretas na televisão, e nunca deixa de xingar os jornalistas preocupados com sensacionalismo que esquecem do resto do país imenso que temos e fingimos não saber. O lado insensível diz palavrão, manda tomar no cu meeeesmo e finge que não liga pra nada. Meu lado sensível demais chega em casa e chora. O passional manda e-mails que não deveria, flerta com quem não poderia, provoca quem tá na dele, mexe com quem tá quieto mesmo. O racional sempre chega tarde demais. A rockeira ouve pink floyd, led zeppelin, vê quase famosos e queria ser Penny Lane, lê sobre a época do bom e velho rock and roll que não volta mais. Um lado queria largar tudo, pegar uma mochila e sair por aí, pra onde decidir que seja melhor. O lado covarde e apegado a tudo diz que é loucura. O lado criança deixa o olho brilhar quando vê chocolate, chora por besteira, vê desenho animado, não sabe o que dizer na maioria das situações então prefere ficar calada. O lado que acha que é adulta já fala de putaria e tudo. Mas acho que no fim das contas sou uma só, uma fusão dessas coisas todas e mais algumas, que não descobri ainda.
11 comentários:
Isso lembra 'o lobo da estepe': Nele, o protagonista julga que sua alma é dividida em duas (parte homem-burguês, parte lobo indomável), mas ao longo do livro descobre que ela é composta por mil outras, cada uma com suas próprias idiosincrasias.
É um livro de Herman Hesse, caso esteja interessada (chatíssimo no começo, mas fica massa depois) ^_^
Ameei o texto. Sério. Um dia, quem sabe, eu consiga essa proeza de transcrever sentimentos em palavras, como vc sabe fazer. E como faz bem! Descreveu vc mesma por inteiro e eu visualizei cada parte de vc, cada momento seu. É incrível a capacidade que vc tem de se descrever, de se esmiuçar em várias Cissas, moldadas pelo momento, pelas pessoas e lugares que fazem parte desse momento. E como isso é difícil: falar de si mesmo, descrever-se. Poucos são capazes de fazê-lo. Mas por que isso acontece? Porque para falar de si, é preciso conhecer-se. E poucas são as pessoas que se conhecem realmente, que são capazes de prever como reagiriam a determinada situação e porque reagiriam de determinada forma. Quanto a isso, acho que vc pode se orgulhar. Porque vc tem um grande conhecimento de si mesma. E isso é para poucos. Beijões pra vc!
A-do-ro.
Cada cissa descrita aqui, sem concordar mto com a parte dos "papeis representados" por motivos pessoais.
Não diria papéis, mas momentos genuínos, acredito que vc não pré-fabrica nenhuma das situações que vive.
E é isso, vc vive!
Parebéns pra vc, hoje e pra sempre!
E até lá...nesse sempre.
Bjbj!
E vai dizer que todo ser humano não é um mix de máscaras pessoais?
Simplesmente lindo! Adorei, Cissa... e não estou aqui pra iludir ninguém. Gostei MESMO. :) Até me inspirou mais a fazer meu blog... quem sabe ele esteja prestes a nascer. ^^ beijossss =*
Arrasou. Tb sou tudo ao mesmo tempo agora.
bjo
nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez.
paulo leminski
abraço; se cuida.
adorei a referência a lispector. xD
Idem! É por essas e outras que eu adoro a Clarice...
Té que enfim atualizei meu cantinho! Passa lá qdo puder.
Bjos e um bom fim-de-semana!
*Paulinha*
Imagino que todos nós sejamos um pouco de tudo, pois nunca podemos ser os mesmos em todos os momentos. A vida nos mostra suas variantes de acordo com suas situações.
Belo post, e agradeço por sempre passar pelo meu blogger. Fico feliz!
Bjosss!
Tantas meninas numa só, e mais ainda por descobrir...
Pôxa Cissa.
É lindo mesmo.
Eu quiz ler hoje de novo, pra ver se era verdade ou se eu estava mais emotivo ontem.
Mas... eu chorei de novo.
Você pode não adreditar, eu deixo, mas é lindo. Lindo mesmo.
Superultramegabeijão pra vc.
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